Num dia de trovoada, no fundo do mar,
O Kraken dorme sempiterno e sossegado sono sem sonho.
O Kraken dorme em sossego, nunca
acorda e não sonha.
Pálidos reflexos se agitam ao redor de sua forma obscura
O clarão dos relâmpagos ilumina o
seu corpo escuro.
Vastas esponjas de milenar crescimento e alturas
Grandes quantidades de esponjas
gigantescas e velhas
Inflam sobre ele, e no fundo da luz enfermiça, polvos
inumeráveis e enormes
Incham sobre ele, e na escuridão das
águas, muitos polvos enormes
Agitam com braços gigantescos a verdosa imobilidade
Agitam os braços gigantescos e fazem
sombras na verdura
De secretas celas e grutas maravilhosas.
Das paredes maravilhosas das grutas.
Jaz ali por séculos e ali continuará adormecido
Já lá está há muito tempo e ainda ficará
aí muitos séculos.
Cevando-se de imensos vermes marinhos
A engordar à conta de muitos vermes
marinhos
Até que o fogo do Juízo Final aqueça o abismo
Até ao dia em que acabe o Mundo.
Então para ser visto por homem e por anjos
Então, para que todos o vejam,
Rugindo surgirá e morrerá na superfície
Virá à superfície, rugirá e morrerá.
Carolina
Graça, 4º ano, CESSL